OBRAS DAS COLEÇÕES DE PINTURA NATURALISTA E DE ARQUEOLOGIA DA COLEÇÃO MILLENNIUM BCP
Máximo de participantes: 20, por ordem de chegada
Ficha artística e técnica:
Alberto de Sousa Pinto, António Silva Porto, Aurélia de Souza, Carlos Reis, Columbano Bordalo Pinheiro, Falcão Trigoso, Henrique Pousão, João Vaz, José Malhoa, Miguel Ângelo Lupi em diálogo com obras das coleções do Museu Municipal de Faro e do Museu Regional do Algarve
Carlos Porfírio, peças de Ilda David, Pedro Tropa e René Bertholo e poemas de Alberto Caeiro
A tematização da natureza é hoje, mais do que nunca, omnipresente no campo da arte contemporânea assim como em muitos outros domínios e disciplinas. Os desequilíbrios dos ecossistemas e a perda de biodiversidade abalaram definitivamente a fé no antropocentrismo e a posição do homem no mundo é hoje radicalmente questionada, mais não seja por dar à saciedade provas de não conseguir reverter o colapso ecológico que por crença no progresso promoveu.
Existe hoje a convicção de que o conhecimento científico já não é suficiente para nos pensarmos perante o mundo, as outras espécies e a natureza.
Regressar, pois, a um tempo em que a matéria da imagem pictórica foi uma das formas de retratar e de aferir essa presença, a um tempo visível e invisível, securizante e inquietante — o proclamado “espírito do lugar” — é não somente oportuno como é necessário. A pintura como coisa animista, sondagem materialista daquilo que nos rodeia, teve no impulso naturalista um dos seus momentos mais contraditórios e fascinantes: pintar da forma mais realista possível aquilo que se oferecia aos olhos era também, do avesso, pintar aquilo que era absorvido pelo corpo.